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A mostrar mensagens de outubro, 2014

On fire

♫ Bloc Party - Banquet Continuo imparável. Não sei que vírus ou bactéria apanhei no hospital mas recomendo: desde que regressei que faço tudo com mais vontade (até lavar a loiça!!!), mais ânimo e sobretudo com mais atenção aos detalhes. Disponibilizo mais tempo às pessoas, dou mais atenção, voluntario-me mais, ajudo mais. Estou ainda mais eficiente - principalmente na gestão de tempo (uma das coisas que apontei como importante melhorar este ano) e farto-me de riscar itens da to do list gigante que construí nos dez dias de internamento. A parte má para me lembrar que nada é perfeito: não tenho dormido nada de jeito. Ora é do entusiasmo (um jorro de ideias que anoto desenfreadamente já que a minha memória é péssima e se não o fizer elas fogem tão inusitadamente como chegam), ora é uma espécie de ansiedade para resolver tudo (para além do trabalho que acumulei durante a baixa, a pilha não para de aumentar e é impossível não pensar em todos os assuntos, por muito que queir

Está para cair um santo do altar

A pessoa que vos escreve levantou-se da cama uma hora mais cedo, em plena segunda-feira, para ir caminhar/correr, de livre e espontânea vontade.

Tudo cheio de calor...

... e eu no escritório de casaquinho de malha. Mas não é tudo: quando tenho de ir ao armazém, ou visto mais um casaco ou congelo. E sim, estou em Portugal continental e estão 30 graus lá fora. (Agora imaginem o quão fixe é este edifício no Inverno).

E por falar em regressos...

... o meu amor voltou  ♡ . (amanhã parte outra vez, mas vamos fingir que não sabemos para não custar tanto / isto é pior do que tirar um rebuçado a uma criança / mas nunca, jamais, deixarei de o deixar voar ou permitirei que ele o faça comigo / porque correr atrás dos nossos objectivos pessoais e profissionais nos torna naquilo que admiramos um no outro / e porque em breve haveremos de conseguir encaixar melhor tudo isto).

A curtir bué

O pequeno caos no trabalho (só para dizer que estou de volta, com leucócitos de gente normal*). *O resto menos bom só sei daqui a duas semanas.

Just in case...

Amanhã faço nova recolha de sangue, vou ter o resultado de algumas análises e exames e vou, finalmente, ouvir parte (acho que alguns resultados ainda estão pendentes) da minha sentença. Tendo em conta os chinelos horríveis que a minha mãe me levou para o hospital - fui gozada, e com razão, por toda a gente - decidi deixar escrito as minhas exigências no caso do desfecho desta história se adivinhar fatal. Mantendo-me fiel a mim mesma, as exigências são poucas mas acho que farão a diferença entre algo ao meu estilo ou algo que me envergonhe. Sem mais delongas: não é preciso haver missa; o caixão tem de ser branco, de linhas direitas, sem verniz; nas flores só quero tulipas soltas, brancas e de várias cores (incluindo azul, preto e violeta); maquilhagem clean com batom e unhas da mesma cor (cor dentro do que estiver actual e que fique bem com a roupa); cabelo esticado mas não assolapado; este vestido e estes sapatos (se não ficar bem com o tom de pele desmaiado peçam ao Dino Alves

Amor com Amor se paga

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Vamos falar de certezas? Sou uma privilegiada por ter pessoas tão espectaculares à minha volta. Uma família enorme que me enche o peito de orgulho, os melhores amigos do mundo, um namorado que me enche as medidas e queques para agradecer. Estou mais eficiente que nunca. Criativa até mais não. A estadia no hospital foi de tal forma uma saída da rotina que não parei de ter ideias (se calhar também andei a alucinar com os medicamentos, quem sabe). Anotei sempre tudo. Cheguei a casa com páginas e páginas de ideias e tarefas para concretizar. Juntei-lhe tudo o que adiei nos últimos meses (algumas coisas estavam adiadas há anos sem eu me aperceber) e deu-se em mim uma explosão de 'bora lá que, juro, desconhecia possuir. Nunca fui uma inerte ou parasita (vá, no primeiro ano da faculdade andei lá próximo) mas esta histeria é de mais. Mal tenho dormido, é certo, mas numa semana de baixa (estar de baixa é tão adulto, meu Deus - não acredito em nenhum mas é a expressão que me

Ressaca

Primeiro preciso das copeiras: não se admite ter de ir à cozinha de manhã decidir, fazer e comer o pequeno-almoço - basta-me o último verbo - e também me agrada o facto de levantarem os tabuleiros portanto, investimento número 1 decidido. Depois, as enfermeiras: dispenso as medidas de tensão arterial e os cateteres mas não ter de me preocupar com as horas das drogas (24 anos a desviar-me dos químicos para agora destruir tudo, pobre corpo lindo) também é um descanso (vá, ensinem a copeira a fazer isso e poupamos um bocado $$$ - o meu lado tio patinhas nunca dorme). Por fim (para já, que o meu cérebro ainda se está a adaptar a esta nova realidade), quero isenção na conta da água (eu já lavava muito as mãos mas depois de 10 dias no mundo dos germes...), gel desinfectante em todas as divisões da casa (mania acoplada à anterior) e liberdade para poder pôr sempre toda a roupa para lavar e todas as toalhas para o chão sem ter de me preocupar se está sujo ou não. No fundo, lendo o que esc

Diário da doente #4

Já estou em casa mas sinto que me passaram uns quantos camiões por cima portanto vamos com calma. Muitaaaa calma.

Diário da doente #3

Maldita a hora em que dei o iogurte à dona Joanina. Se a tivesse deixado morrer à fome a esta hora podia dormir descansada sem estar a ouvir gemidos com catarro de dois em dois segundos ou rezas "em nome de Jesus". As "enfermeraaas" riem-se de mim porque não há mais nenhum quarto vago enquanto eu decido se encho a mulher de porrada por passar a noite a abrir a cortina que nos separa ou se me deixo ir neste caminho sem retorno que é perder a sanidade mental de vez.

Diário da doente #2

E ao sexto dia, habemus diagnóstico (um deles, vá): alergia a um antibiótico. Agora é continuar a coçar até que não me reste pele e a tomar doses industriais de químicos. Fica a faltar o diagnóstico da doença menos simpática mas desconfio que com tanto na veia não seja fácil encontrar sangue. Vamos aguardar enquanto evito armar-me naquelas velhas desconfiadas que não deixam os médicos trabalhar e vou vivendo os dramas de um hospital cujo ponto de resolução de problemas é exactamente à frente da porta do meu quarto (imensos problemas desde a auxiliar que comprou o cigarro electrónico à enfermeira que me pede a Vogue e se esconde atrás da cortina, até à doente da cama X que está toda suja ou à copeira que não levantou os tabuleiros). Uma vida agitada, esta de pessoa internada. Entre os ensaios da minha orquestra de colegas de quarto "oh meninaaaa, oh senhor enfermeiro, oh pai do céu, oh venha cá virar-me", o atender de chamadas e as sessões fotográficas em que me finj